O número de consumidores inadimplentes no Brasil voltou a registrar aumento. De acordo com a Serasa, em fevereiro deste ano, o país possuía 65,2 milhões de inadimplentes. Essa marca não era atingida desde maio de 2020, no início da pandemia da covid-19. Os endividados têm R$ 263,4 bilhões em dívidas negativadas, ou seja, em atraso.
O total de consumidores inadimplentes estava em queda desde abril do ano passado, mas desde outubro está em alta contínua. Alguns dos principais responsáveis por este aumento são o encarecimento do crédito, com as altas taxas de juros e o desemprego em níveis elevados. Além disso, os efeitos da inflação em produtos básicos também estão afetando o bolso dos brasileiros.
Outro fator importante que afetou o pagamento de dívidas foi a queda na renda média do trabalhador. Ainda que nos últimos meses esteja ocorrendo uma recuperação gradual do mercado de trabalho, grande parte das pessoas estão encontrando empregos com salários menores, o que dificulta a quitação dos débitos em atraso.
Inadimplência no Brasil
Somente em fevereiro, o número de inadimplentes subiu 0,54%. Cada brasileiro deve, em média, R$ 4.042,08. A estatística se baseia no fato de que cada número do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) tem, em média, 3,4 dívidas ativas.
Em relação ao perfil dos inadimplentes, os homens representam 50,2% dos devedores, contra 49,8% das mulheres. Na divisão por faixa etária, a maior parte tem entre 26 e 40 anos de idade (35,3%), seguida pela faixa de 41 a 60 anos de idade (34,9%).
Entre os tipos de dívidas em situação de inadimplência em fevereiro, segundo a Serasa, 28,6% vêm de débitos com o cartão de crédito. Em segundo lugar, estão as dívidas com contas domésticas (água, luz e gás), que respondem por 23,2%. Em terceiro, estão os gastos no comércio varejista, que totalizaram 12,5%.
Reportagem: Jornalista Laís Alende Prates
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