No próximo dia 09 de dezembro, sexta-feira, acontecerá na Sociedade Alegretense de Apoio a Infância e Adolescência – SAAIA, localizado na antiga Creche Santa Teresinha rua São Francisco, 546, Bairro Promorar,
o lançamento do projeto TEApoio que tem como lema “Cuidando de quem Cuida” e tem como público alvo famílias das pessoas com Transtorno do Espectro Autista ou àquelas que estão em fase de investigação diagnóstica.
A reportagem conversou com uma das idealizadoras do projeto e voluntária na instituição, Josiele Bardim Severo mãe de um menino de 9 anos, diagnosticado com autismo na época com 4 anos de idade.
Logo no primeiro ano, o filho apresentava dificuldades em socializar e interagir com outras pessoas,não respondia a chamados dando ideia de que não ouvia, recusava contato inclusive com a própria mãe não aceitando colo, beijos e abraços. Já com idade um pouco mais avançada e em tempo de iniciar as primeiras palavras a criança não balbuciava sons que remetessem a tentativa de verbalizar qualquer palavra, apenas chorava muito e querendo algo, apontava em direção ao objeto ou levava a mãe até lá. Diante desta situação Josiele procurou orientação de um pediatra e colocou o menino em uma escolinha, mas os sinais cada vez eram mais evidentes iniciando assim uma busca incessante pelo diagnóstico do menino.
Passados 3 anos de uma busca exaustiva e já com a as avaliações de uma psicóloga, uma psicopedagoa, uma fonoaudióloga e pareceres escolares ela buscou uma consulta com um Neurologista que após avaliação diagnosticou o menino com Transtorno do Espectro Autista – TEA.
Na época da investigação diagnóstica sem saber a quem recorrer ou como proceder, Josiele andou buscando por informações e profissionais que pudessem ajudar a identificar o que estava acontecendo com seu filho. Sem rede de apoio, vendo as pessoas do seu convívio se afastarem pouco a pouco, a dificuldade de inclusão do filho na escola, a busca por profissionais de saúde fora da cidade( não temos Neuropediatra ou referência para encaminhamento), sem acesso ou com periodicidade insuficiente de atendimento terapêutico na rede municipal se passaram três anos. Nesse momento de tantas incertezas e de uma busca que parecia não ter fim,o contato com outros pais e amigos que tinham familiares com a Transtorno do Espectro Autista ou qualquer outra deficiência e o apoio de novas pessoas que foram chegando foi muito importante, identificando aí uma necessidade muito grande de suporte às famílias que passam por esse momento. Nasce aí o desejo de que algum movimento seja feito nesse sentiso.Josiele hoje é uma das principais incentivadoras do projeto TEApoio.
O Projeto “TEApoio – Cuidando de quem Cuida” tem como público alvo famílias das pessoas com Transtorno do Espectro Autista ou àquelas que estão em fase de investigação diagnóstica.
Sabendo da importância da participação da família nesse processo e da necessidade de orientações de manejo e acolhimento no momento do diagnóstico e nas rotinas diárias de cuidado com a pessoa autista, considerando as dificuldades de apoio profissional, acesso a terapias e intervenções adequadas e todo o desgaste que essa falta de suporte gera no meio familiar, a SAAIA tem por objetivo ofertar acesso ao Serviço de Acolhimento Familiar desta população que surgiu a partir de uma demanda reprimida identificada no atendimento social aos cadastrados dos usuários do Serviço de Fortalecimento de Vínculos desenvolvidos pela instituição.
A família poderá acessar este serviço de forma espontânea ou por meio de encaminhamentos de outros órgãos ou instituições, tendo em vista que este serviço consiste em atendimento especializado a uma determinada condição familiar, é um pré-requisito esta família ter pelo menos um integrante Autista ou que se encontre em processo de investigação deste diagnóstico.
A família passa por acolhimento inicial, onde depois irá participar dos demais encontros como terapia em grupo, rodas de diálogo e encontros mensais onde serão trazidas informações e orientações às famílias.
Segundo a OMS, o Transtorno do Espectro Autista é uma condição do neurodesenvolvimento que afeta a comunicação e a interação social da pessoa. O autista geralmente apresenta comportamentos restritivos e repetitivos. No entanto, o grau de dificuldade de interação e do próprio autismo em si varia muito de pessoa para pessoa. Existem casos em que não acontece o comprometimento da fala e da inteligência, mas também há casos graves em que as relações interpessoais e a autonomia ficam comprometidas.
O projeto tem por objetivo o acolhimento, a orientação e o apoio psiclógico e realizará encontros mensais e grupos terapêuticos voltado a este público alvo.
Reportágem: Alex Stanrlei
Imagens: Arquivo pessoal Josiele Bardim Severo
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