A partir desta sexta-feira (11), preços aumentarão até 24,9% e consumidores correram para abastecer antes do reajuste
Os aumentos também terão efeitos nas pressões inflacionacionárias do país, segundo pesquisadores da FGV (Fundação Getulio Vargas).
A estimativa agora para a inflação oficial do ano, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), sobe de 6,2% para 7,5%, levando em conta apenas a elevação de preço dos combustíveis.
Segundo a ANP, o preço médio da gasolina no país ficou em R$ 6,577 na semana encerrada no dia 5. Já o do diesel, em R$ 5,603.
Petrobras anunciou reajustes para gasolina, diesel e GLP. No caso do gás, o preço médio de venda para as distribuidoras passará de R$ 3,86 para R$ 4,48 por kg, equivalente a R$ 58,21 por 13kg, refletindo reajuste médio de R$ 0,62 por kg
Mudanças na política de preços
O mercado segue de olho em medidas do governo para conter a alta dos preços dos combustíveis para os consumidores. Sem consenso para a análise, o Senado adiou na quarta-feira (9), pela terceira vez, a votação de dois projetos com o objetivo de conter a alta de preços dos combustíveis.
Desde 2016, a Petrobras passou a adotar para suas refinarias uma política de preços que se orienta pelas flutuações do preço do barril de petróleo no mercado internacional e pelo câmbio.
O presidente Jair Bolsonaro, mirando a campanha à reeleição, tem indicado, porém, que não deve deixar a estatal brasileira repassar integralmente a alta do petróleo no mercado internacional aos preços do mercado interno. Na segunda-feira (7), ele disse que a paridade da empresa com os preços internacionais “não pode continuar”.
O petróleo Brent, principal referência internacional, já acumula alta de mais de 40% no ano, e chegou a alcançar US$ 139 na segunda-feira (7).
De acordo com o sócio-diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, mesmo com o novo reajuste, a defasagem ante a paridade de importação ainda é em torno de 20% (estava em -31,6% em 07/03) no preço da gasolina nas refinarias da Petrobras no Brasil e de 19% (estava em -34,1% em 07/03) no diesel.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) classificou o reajuste desta quinta-feira como “inadmissível” e “mais uma demonstração da falta de respeito do governo Bolsonaro e da gestão da Petrobras”, uma vez que foi anunciado enquanto estava em votação no Senado Federal projeto de lei para a estabilização dos preços dos combustíveis.
“Desde a adoção do Preço de Paridade de Importação (PPI), em outubro de 2016, a gasolina e o óleo diesel, na refinaria, tiveram reajuste de 157%, ante uma inflação de 31,5% no período. No gás de cozinha, a alta acumulada foi ainda maior, de 349,3%”, afirmou, em nota, a FUP.