Infestação de larvas de mosca na pele é conhecida como miíase. Hospital Universitário afirma que ambiente é dedetizado, mas não está descartada a possibilidade de insetos entrarem no local.
Familiares de uma mulher de 64 anos internada no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), na Região Central do Rio Grande do Sul, encontraram larvas na boca e no nariz da paciente. O caso de miíase, que é a infestação de larvas de mosca na pele, é investigado pela administração da unidade.
“Até não acreditei”, diz a irmã da paciente, Rosana Lopes de Oliveira.
Elizabeth Lopes de Oliveira está na UTI do HUSM. A paciente passou mal no dia 16 e janeiro e foi levada por familiares a uma unidade de saúde. Após piorar, ela precisou ser transferida e intubada no hospital.
“Eu fiquei olhando o nariz, e começaram a sair umas larvinhas brancas. Quando eu levantei a língua dela, embaixo da língua estava branquinho daqueles bichos. Cheio dos bichos”, comenta a irmã.
Em comunicado, o hospital afirma buscar saber “se o incidente pode ter ocorrido nas dependências do Pronto Socorro do HUSM, onde a paciente deu entrada na sexta-feira (21) – oriunda de outro serviço de saúde, com rebaixamento sensório”. Ainda segundo a unidade, o ambiente é dedetizado e não há o registro da presença de moscas, mas “não está descartada a possibilidade de insetos entrarem no hospital”. Veja a nota abaixo.
Nota dos HUSM:
Na manhã de terça-feira, 25, a Gerência de Atenção à Saúde convocou reunião com os profissionais responsáveis pela Divisão de Gestão do Cuidado, Chefia do Pronto-Socorro, e Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente. O grupo irá apurar as circunstâncias envolvendo o aparecimento de miíase (pequenas larvas depositadas por mosca) na boca de uma paciente de 64 anos, internada, atualmente, na UTI do hospital. O fato foi identificado na manhã de segunda-feira, pela equipe de Enfermagem, durante a primeira das três higienes oral diária realizada nos pacientes entubados.
Os profissionais buscam apurar se o incidente pode ter ocorrido nas dependências do Pronto Socorro do HUSM, onde a paciente deu entrada na sexta-feira (21) – oriunda de outro serviço de saúde, com rebaixamento sensório. Logo após ser admitida, a paciente necessitou ser entubada, permanecendo na emergência do hospital até a liberação de leito de UTI, para onde foi transferida, na segunda-feira.
De acordo com o Setor de Higienização e Gestão e Resíduos do hospital, é realizada dedetização mensal nas unidades de internação, podendo ocorrer uma vez por semana se houve demanda das equipes assistenciais. Contudo, não há registro da presença de mosca no Pronto-Socorro, onde a maior parte das áreas de atendimento possui ar-central, nem na Central de UTIs, onde o ar é também centralizado.
Porém, devido a superlotação no Pronto-Socorro, com a abertura frequente de portas de acesso para passagem de macas (ocasionado pelo alto fluxo de atendimento diário), bem como a necessidade de promover a ventilação dos ambientes anexos, não está descartada a possibilidade de insetos entrarem no hospital.