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Novo texto deve eliminar a exigência de exames de Mormo para emissão de GTA (Trânsito) e confirmação da doença será por sintomas

abr 26, 2023

Depois de muitos anos entre polêmicas e prejuízos ao segmento, o Mormo finalmente pode estar com os dias contados no Brasil. O anúncio foi feito por meio de um comunicado divulgado pela Câmara Setorial de Equideocultura nesta segunda-feira (24/4), informando que a Instrução Normativa (IN) nº 6/2018 passará por mudanças em novo texto a ser publicado nos próximos dias. Entre as prováveis alterações só serão considerados casos positivos de Mormo os animais que apresentarem sintomas da doença, um ponto bastante discutido durante anos. Outra mudança de grande impacto no mercado será a eliminação da exigência de exames de Mormo para a emissão da Guia de Trânsito Animal (GTA).

 

Segundo informa o comunicado, as mudanças foram definidas em reunião realizada com o Departamento de Saúde Animal (DSA) do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), responsável pela aprovação das diretrizes para prevenção, controle e erradicação do Mormo no Território Nacional. “A revisão visa modificar a exigência de exames de Mormo para o trânsito e alterar a definição de caso confirmado, alinhando-os com as orientações da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA)”, explica o documento.

As informações foram confirmadas pela reportagem da Revista Horse com representantes do MAPA, que preferem não se manifestar até que todos os detalhes sejam definidos. As mudanças passam a valer a partir da publicação no Diário Oficial da união, que deve ocorrer nos próximos dias.

edições, Reprodução

O comunicado, assinado pelo presidente da Câmara Setorial, Fabricio Buffolo, e o consultor técnico Carlos Eduardo Wayne Nogueira, destaca que o novo texto da Instrução Normativa é fruto do trabalho realizado pela equipe técnica do DSA, junto com os demais atores envolvidos com o Programa Nacional de Sanidade dos Equídeos (PNSE), com base nos resultados de pesquisas recentes no Brasil e no exterior. “É um trabalho que já vinha sendo realizado na gestão passada e ganhou celeridade nos primeiros meses de 2023”, disse Buffolo. “É um importante passo e continuaremos com esse trabalho em equipe, culminando futuramente em um melhor cenário para a indústria”, destacou, agradecendo todos os membros da CSE e do Grupo de Trabalho sobre o Mormo. “Aproveitamos também para agradecer todo a apoio e trabalho voluntário recebido de todas as pessoas vinculadas à nossa cadeia, das instituições de raça e do Instituto Brasileiro de Equideocultura (IBEqui)”, afirmou Buffolo.

As mudanças da nova Instrução Normativa que será publicada não terão nenhum impacto direto sobre as barreiras Sanitárias, atualmente um grande obstáculo para a exportação de equídeos do Brasil para a Europa. Segundo apurou a reportagem da Revista Horse, as medidas devem ajudar as negociações que já vêm sendo realizados pela Câmara Setorial de Equideocultura com o mercado europeu em busca de alternativas para a reabertura das fronteiras.  

O que é Mormo


Segundo dados da Defesa Agropecuária do Governo de São Paulo, o Mormo é uma enfermidade infectocontagiosa, causada pela bactéria Burkholderia mallei. Pode apresentar-se de forma aguda ou crônica, afetando principalmente os equídeos, mas também podem contagiar os seres humanos, os carnívoros, em situações mais raras, os pequenos ruminantes. 

A transmissão da doença se dá pelos animais infectados e portadores assintomáticos, sendo a via digestiva o principal meio de infecção. No entanto, também podem acontecer o contágio pelas vias respiratórias, genital e cutânea. No caso dos equídeos, quando infectados, apresentam quadro de febre, tosse e corrimento nasal. 
Num primeiro momento, as lesões nodulares evoluem para úlceras que após a cicatrização formam lesões em forma de estrelas. Estas ocorrem com maior frequência na fase crônica da doença, que é caracterizada por três formas de manifestação clínica: a nasal, pulmonar e cutânea, porém estas não são distintas, podendo o mesmo animal apresentar todas simultaneamente.

Como é feito o controle: o Mormo ainda não tem tratamento e não há nenhuma vacina animal ou humana eficaz contra a infecção da B. mallei. Na propriedade, as formas de controlar a doença é atenção para receber apenas animais com exames negativos para mormo, não realizar o compartilhamento de materiais/fômites (como arreios, escovas, agulhas…) e principalmente o uso de alimentadores e bebedouros individuais.

O Mormo na Revista Horse

 

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