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Mulher é levada ao hospital, horas depois de ser declarada morte em UPA de Cruz Alta

abr 24, 2021
Este caso aconteceu na cidade de Cruz Alta 

Uma mulher de 62 anos foi declarada morta, e depois, a equipe médica constatou que ela estava viva. O caso ocorreu em Cruz Alta, no Noroeste do RS. Maria Margarete dos Santos Jesus segue internada, em estado grave.

A secretária de Saúde e prefeita de Cruz Alta, Paula Rubin Facco Librelotto, disse que um procedimento administrativo irá averiguar a situação.

O médico Sérgio Ruffini, diretor técnico do Instituto de Administração Hospitalar e Ciências da Saúde (IAHCS), que administra a UPA, informa que também será encaminhada uma apuração.

Segundo a filha Adriane Santos, Maria Margarete passou mal na quinta-feira (22) e desmaiou em casa. Foi levada pela família à UPA de Cruz Alta, onde chegou sem pulsação. A equipe tentou reanimá-la, por cerca de 40 minutos. A médica que atendeu Maria informou Adriane sobre o falecimento.

A certidão de óbito foi emitida. Enquanto Adriane encaminhava o enterro de Maria, ela recebeu uma ligação da UPA.

Declarada morta em UPA de Cruz Alta, mulher é levada viva ao Hospital de Caridade de Ijuí – RPI – Rádio Progresso de Ijuí
No campo que indica o motivo que causou o óbito, constava a informação de “morte de causa desconhecida, tipo de morte ignorada”.
Um filho procurou a funerária, e tão logo a irmã chegou com a certidão de óbito registrada no cartório foram escolhidos o caixão, as flores e o local dos atos fúnebres.
       Maria seria velada na capela da Funerária Freitas e sepultada no cemitério municipal.
Enquanto a filha de Maria buscava uma roupa para vestir na mãe, o carro fúnebre com dois agentes funerários partiu em busca do corpo.
      Quando chegaram a UPA, eles foram comunicados pelo porteiro que a paciente estava viva, e recebendo atendimento.
“Nos pediram um contato para avisar a família, pois a UPA não estava conseguindo localizar os filhos”, conta Junior, proprietário da Funerária Freitas.

“Meu telefone tocou e era uma mulher pedindo pra eu ir na UPA. Eu pedi pro meu irmão ir, porque eu achei que era pra liberar o corpo da minha mãe. Daí eu desliguei o telefone e liga a minha cunhada [dizendo] ‘a tua mãe tá viva’. Como que a minha mãe tá viva se eu tô com [a certidão de] óbito dela aqui e a funerária está indo buscar o corpo dela na UPA?”, relata Adriane.

Após voltar a apresentar sinais vitais na UPA, Maria foi transferida para o Hospital de Caridade de Ijuí, para uma operação para implante de uma mola no coração. Até este sábado (24), seguia em estado grave, intubada e sedada.

O médico que a atendeu em Ijuí disse à família que Maria sofre com problemas cardíacos e diabetes, o que os familiares não tinham conhecimento. No dia em que passou mal, Maria havia tomado a vacina contra o coronavírus.

A família vai entrar na Justiça para anular a certidão de óbito. Maria Margarete é aposentada e pode deixar de receber a aposentadoria por ser considerada morta.

“Eu tô aqui com o coração a mil, um pouco de alegria porque a minha mãe está viva e um pouco de tristeza por ter acontecido isso”, resume Adriane.

 

Investigação na UPA

 

O diretor técnico da entidade que administra a UPA, Sérgio Ruffini, afirma que a situação é atípica, e será alvo de um processo interno de levantamento de informações, entrevista com médicos, enfermeiros, análise de dados e registros para esclarecer o que ocorreu. O médico explica que não será aberta sindicância, já que não há indícios de falha.

Ainda de acordo com ele, Maria recebeu o atendimento de acordo com o protocolo para parada cardíaca, entre eles, a massagem cardíaca.

O médico explica que há uma hipótese de que tenha acontecido a chamada síndrome de Lázaro, casos em que após o repouso absoluto das manobras, o paciente volta a reagir.

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