No dia 16 de maio, Paulo Roberto Gonçalves Flores, de 32 anos, faleceu em decorrência de uma bronquite atípica, no hospital de Rosário do Sul. A família do rapaz aponta suposta negligência médica como fator determinante para a morte de Paulinho, como era conhecido. No sábado, 27, um protesto pelas ruas da cidade pediu justiça para o caso e o afastamento do profissional em questão.
O pai de Paulinho, Levi Alexandre Flores, contou à Gazeta de Rosário que o filho adoeceu no último dia 8 de maio quando começou a sentir dores no peito. No dia seguinte tentou ir trabalhar, mesmo com sintomas gripais, mas não aguentou e voltou para casa. “Achávamos que era só uma gripe. Ele ficou tomando chás e antigripais até a sexta-feira, 12, quando começou com uma tosse com sangue acompanhada de dores no corpo, dor de cabeça, febre alta, vômito, diarréia e feridas na boca. No mesmo dia, ele procurou o plantão onde foi atendido por uma médica que mandou ele pra casa, sem medicação alguma, e pediu para retornar no outro dia para fazer um raio-x. No sábado pela manhã ele fez o raio-x, que foi examinado pela mesma médica, e segundo ela mostrou uma bronquite. Foi lhe receitado um xarope expectorante e paracetamol”, relatou Levi.
Levi conta ainda que o estado de saúde de Paulinho agravou ainda mais no dia seguinte. “No domingo, 14, meu filho retornou ao plantão, onde a irmã apavorada com a situação dele, entrou com o irmão pendurado nela. Ele já não tinha forças para caminhar sozinho. Quando o chamaram ela entrou com ele e o médico plantonista daquele dia sequer o examinou, e quando questionado pela irmã sobre o raio-x, o médico respondeu que os pulmões do meu filho não tinham nada e que estavam melhores que o dele. Depois disso ele mandou Paulinho para fazer uma medicação pelo soro e em seguida mandou ele novamente para casa”, conta o pai da vítima.
Levi relata que Paulinho não apresentou melhora alguma nos dias seguintes e na segunda-feira, 15, retornou ao hospital e foi internado na UTI, aonde veio a óbito no dia seguinte. “Meu filho estava com uma pneumonia atípica grave. A infecção havia se generalizado e já havia afetado seus rins, que já estavam parados, estômago e os pulmões estavam em hemorragia”, disse Levi.
Familiares da vítima informaram que procuraram a Secretaria de Saúde, registraram boletim de ocorrência na Polícia Civil e denuncia na promotoria pública. “Essa negligência não ficará como mais uma. Espero que nenhuma outra família passe pelo o que passamos. Procurar por ajuda no único pronto socorro de nossa cidade e nos ser negado por três vezes”, pontuou Levi Flores.
Ao Jornal do Almoço (JA), o médico em questão afirmou que não houve nenhum tipo de negligência médica ou omissão de socorro referente ao paciente. O hospital optou por não se manifestar ainda sobre o caso. A Secretaria Municipal de Saúde disse ao meio de comunicação que uma sindicância para apurar o fato já foi aberta, e com isso será investigado o médico e outros profissionais que possam estar envolvidos.
Promotores de Justiça informaram ao telejornal que no dia 19 de maio instauraram um processo administrativo sigiloso para investigar o caso e que vão investigar uma possível negligência médica. Eles também disseram que estão expedindo ofícios a órgãos e instituições para seguir com as investigações.
Procurado pela reportagem do JA, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (CREMERS) informou que até o momento não recebeu nenhuma denuncia relacionada a este acontecimento.
Foto em destaque: Gazeta de Rosário