Nesta quinta-feira (6), a Justiça negou o primeiro pedido feito pelo advogado Kleber dos Passos Jardim. O motivo, segundo o defensor, é o estado de saúde de Kipper Mai, que está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após tentativa de suicídio. A Justiça não negou, de acordo com Jardim, que a análise possa ser feita no futuro.
— O juiz deixou bem claro na decisão que ele não autorizou, porque nesse momento o Fabiano não foi ouvido pelo delegado. Se ele ganhar alta, em outra oportunidade deve ser deferido — explicou.
O defensor foi convocado pelo juiz Caio Lembruger Taborda, da comarca de Pinhalzinho, como advogado dativo ainda na madrugada de quarta-feira (5). Isso ocorre quando não há Defensoria Pública na região. Outros advogados também teriam sido procurados antes, mas negaram o pedido pela proximidade com as vítimas na região. Já Jardim tem escritório em Indaial, uma região mais distante.
O advogado afirma que está mantendo contato com um dos tios do jovem. Segundo ele, os pais de Kipper Mai estão extremamente abalados e mantidos na casa de um familiar.
— Os pais não têm condições de falar. São pessoas simples, humildes, analfabetos, estão realmente abalados.
Eles são solidários às vítimas, mas também praticamente perderam o filho (…) seja pela questão prisional ou clínica, de alguma forma os pais perderam e estão tentando aceitar — alegou.
Jardim afirmou que o seu cliente sofria bullying e abandonou a escola “há pouco tempo”, o que pode estar ligado ao crime.
Para o defensor, o perfil de Kipper Mai se aproxima ao dos autores dos massacres em Suzano, em São Paulo, ou Realengo, no Rio de Janeiro:
— Diante dos massacres que aconteceram no Brasil e internacionalmente, o perfil é esse mesmo: jogos online, pessoas muito fechadas, sofreram bullying, violência.
Tem a questão mental também, ele acha que é um personagem.
O advogado ainda não conseguiu conversar com o cliente devido ao estado de saúde.