Mesmo com a pandemia, a estudante que se formava em pedagogia encontrou uma forma de lembrar do trabalho da mãe
Durante a formatura de nível superior em pedagogia de Roberta Mascena, de 25 anos, ela se vestiu de faxineira para homenagear a mãe Marlene Cordeiro de Oliveira. O caso aconteceu em Santos, no litoral paulista.
Marlene levou uma vida muito difícil em Afogados de Ingazeira, no sertão de Pernambuco, e parou de estudar aos 13 anos para trabalhar como empregada doméstica. Mais tarde, Roberta fez questão de ajudá-la a retomar o estudo e, graças a isso, Marlene conseguiu ajudar Roberta a pagar a faculdade de pedagogia.
“Quando eu estava na 8ª série, ajudei minha mãe a estudar. Ela cursava a EJA na Escola Barão do Rio Branco. Não sabia muito, mas ajudei no que pude. Lembro dela saindo super feliz das provas de matemática porque tirava as notas mais altas da sala”, conta Roberta.
A homenagem
A felicidade de terminar a faculdade era grande, mas a colação de grau não foi como Roberta imaginava. Em meio a pandemia, ela não poderia contar com a presença dos familiares neste momento importante de sua vida e fazer uma homenagem à eles.
Em decorrência da pandemia, Roberta não pôde contar com a presença de familiares no momento de formação. Então, pensando nisso, ela resolveu que ia dar um jeito de tornar esse momento especial.
Na sessão de fotos dos formandos, ela viu um brecha para homenagear a mãe, por baixo da beca ela vestia o uniforme que a progenitora usa no trabalho como faxineira.
“Na hora que fomos tirar a foto, eu abri a beca, ela viu a roupa. Ela começou a chorar e me abraçou. Ela não falou nada porque eu acho que não tem palavras que possam expressar qualquer tipo de sentimento que ela teve naquele momento”, conta.