Policiais militares são investigados por agressão a jornalistas em Alegrete
Durante cobertura de crime de roubo de gado, profissionais afirmam ter sido impedidos de gravar imagens pelos dois policiais militares. Polícia Civil abriu inquérito por abuso de autoridade.
A Polícia Civil investiga denúncias de agressão por policiais militares a Alex Stanrlei, repórter, e Paulo de Tarso, diretor do jornal “Em Questão”, de Alegrete, na Fronteira do RS. A suposta agressão aconteceu no último dia 18, durante o registro de uma ocorrência de um crime de roubo de gado. O Comando Geral da Brigada Militar também vai abrir investigação.
O jornal fazia uma reportagem sobre o roubo de gado que, segundo o boletim de ocorrência, pertence ao Exército e a produtores da região. Os animais foram levados para a delegacia em um caminhão militar.
O repórter acompanhava a ocorrência e diz ter sido impedido de fazer imagens do caminhão do Exército, que estava estacionado na rua. Ele então chamou o diretor do jornal. No local, os dois relatam ter sofrido agressões e sido algemados.
Imagens gravadas pelo diretor mostram o momento em que um policial militar toma o celular com que ele gravava a situação.
A polícia militar disse que vai investigar a conduta dos policiais e que os jornalistas receberam voz de prisão por desacato à autoridade e resistência. Três boletins de ocorrência foram registrados pela polícia militar contra os dois profissionais da imprensa e o advogado deles, que também acompanhou a situação. Eles são acusados por desacato, calúnia, resistência à prisão e injúria.
Jornalistas relatam agressões por policiais militares em Alegrete; exame de corpo de delito apontou lesões — Foto: Arquivo pessoal
Os jornalistas também prestaram queixa na Polícia Civil, que abriu inquérito por abuso de autoridade, conforme o delegado regional de Alegrete, Valeriano Garcia Neto. “Vai ser apurado, com o relato de todas as pessoas e das testemunhas”, disse.
Os dois jornalistas fizeram corpo de delito que apontou as lesões denunciadas, diz o delegado. “O inquérito tem prazo de 30 dias para ser remetido à Justiça mas espero que antes a gente já possa concluir a investigação”, diz o delegado.
A Associação Brasileira de Imprensa declarou, em nota, que os jornalistas agredidos estavam no cumprimento de suas atividade de informar a comunidade, e além de serem impedidos de executarem a tarefa, foram injustificadamente agredidos e detidos.
Confira a matéria com Maju Coutinho no Jornal Hoje desta quarta feira 24/06/20
Fonte : G1 e Jornal Hoje Rede Globo