O conflito que levou Rússia e Ucrânia a entrarem em guerra tem deixado um cenário desolador em meio a uma tragédia humanitária. Quando os conflitos iniciaram, milhares de ucranianos e imigrantes correram para tentar se salvar da guerra. Recentemente, os dois países concordaram em realizar corredores humanitários.
Mas o que são os corredores humanitários e como eles funcionam?
Ciados em zonas de conflito, os corredores humanitários tem o objetivo de evacuar civis e/ou fornecer alimentos e ajuda médica para as cidades sitiadas. Normalmente as partes que estão em conflito realizam um acordo de cessar-fogo por tempo determinado, para garantir o deslocamento seguro.
Para o professor do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB), Antônio Barbosa, os corredores humanitários são uma conquista civilizatória. “Em casos de guerra, em casos de conflagração, é aquele momento em que os não-combatentes, isto é, a população civil, podem sair com um mínimo de segurança para outros locais que não estejam sendo afetados pelos bombardeios” explica.
Os corredores são uma pausa temporária em uma zona desmilitarizada e podem ser necessários para suprir a população de alimentos básicos, água, eletricidade, remédios, ajuda humanitária, etc. O corredor pode servir também para a entrada de jornalistas ou pessoas vinculadas a organismos como as Nações Unidas ou a Cruz Vermelha Internacional.
No entanto, em alguns casos, os corredores podem ser usados de maneira ilegal, para escoamento de armamentos, munições e combustíveis para as zonas de guerra.
Guerra: Rússia X Ucrânia
Nesta segunda-feira (7), durante a terceira rodada de negociações entre Rússia e Ucrânia, os russos propuseram o estabelecimento de corredores humanitários para permitir que civis deixem cinco cidades ucranianas, incluindo a capital Kiev, mas a maioria dos corredores seria para a Rússia ou para Belarus, algo que as autoridades ucranianas rejeitaram.
“Essa ideia de exigir que o corredor humanitário leve essas populações [ucranianas] exclusivamente para a Rússia ou para a sua aliada Belarus, é incompreensível e é inaceitável. A exigência que a Rússia está fazendo é própria de quem, na verdade, não quer dar um passo decisivo para o cessar-fogo ou para a paz”, concluiu Barbosa.
No comunicado de cessar-fogo, planejado para esta terça-feira, a Rússia anunciou que o cessar-fogo seria de 4h, para a evacuação de civis de Kiev, além das cidades de Sumy, Kharkiv, Chernigov e Mariupol. A Ucrânia alegou que a proposta é “imoral” e, ainda, afirmou que os russos estão bombardeando os corredores humanitários.
Reportagem: Jornalista Laís Alende Prates
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