Pedido foi feito nesta terça-feira com a confirmação de uma morte e uma internação em estado crítico
Agências de saúde dos Estados Unidos pediram, nesta terça-feira (13), a paralisação imediata da aplicação da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, depois que seis pessoas que receberam o imunizante apresentaram um distúrbio raro envolvendo coágulos sanguíneos duas semanas após a vacinação. As informações são do jornal The New York Times (NYT).
Conforme a publicação, as pessoas que desenvolveram o problema eram mulheres com idades entre 18 e 48 anos. Uma delas morreu e outra foi internada em estado crítico. Pelo Twitter, a Food And Drug Administration (FDA), órgão norte-americano similar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), informou que emitiu uma declaração sobre a pausa no uso do imunizante.
Cientistas da FDA e do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) vão apurar as possíveis ligações entre o desenvolvimento do quadro e o imunizante e avaliar se a vacina seguirá sendo aplicada ao público em geral ou se sofrerá restrições. Uma reunião emergencial na quarta (14) deve discutir o assunto, disse o NYT.
Segundo o jornal americano, aproximadamente 7 milhões de norte-americanos receberam a vacina da Janssen e outras 9 milhões de doses já foram distribuídas para os Estados.
Caso semelhante foi investigado no Reino Unido após o uso da vacina de Oxford/ AstraZeneca. Segundo a rede BBC, 79 pessoas tiveram formação de coágulos sanguíneos depois de receberem o imunizante e 19 morreram.
O órgão regulatório local, no entanto, afirmou que não é possível provar a relação entre os casos e a vacina. De acordo com a Medicines and Healthcare products Regulatory Agency (MHRA), não há a restrição etária para uso da vacina e, considerando o número de vacinados no Reino Unido (que superou os 20 milhões até 31 de março), o risco de desenvolver o quadro é de quatro em 1 milhão.
A vacina da Janssen, que é utilizada em dose única, passou por testes de fase 3 em humanos no Brasil, onde já teve seu uso emergencial aprovado pela Anvisa. No entanto, ainda não houve entrega de doses ao Ministério da Saúde: 38 milhões de doses estão previstas para o segundo semestre.