• 18 de maio de 2024 21:51

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“Acabou o nosso município”, afirma prefeito de Eldorado do Sul em meio à enchente

maio 5, 2024

Chefe do Executivo diz que até cerca de 30 mil pessoas estão desabrigadas e precisa de apoio para atender a população que perdeu praticamente tudo

O prefeito de Eldorado do Sul, Ernani de Freitas Gonçalves, afirmou, na manhã deste domingo (5), em entrevista à Rádio Gaúcha, que a situação do município é de “extrema calamidade”, em meio à chuva e enchentes que atingem severamente o Rio Grande do Sul. Na cidade, com cerca de 40 mil habitantes, há cerca de 20 a 30 mil desabrigados, segundo o prefeito.

— Acabou o nosso município — afirmou Gonçalves, em um dos primeiros contatos estabelecidos com a cidade.

A cidade está isolada dos vizinhos, conforme o chefe do Executivo. Além disso, 100% do centro foi atingido, e não há acesso a nenhum lugar, apenas por meio de helicóptero. A situação é crítica em todos os locais, mas a água estabilizou e começou a baixar. Porém, levará vários dias até a cidade voltar a ter acesso.

Segundo o prefeito, o município precisa que as pessoas se mobilizem para socorrer Eldorado do Sul, que está sem comida, sem água, sem luz, sem colchões e sem banheiro, com alguns moradores em abrigos e grande parte na rua. Há cerca de 2 a 3 mil pessoas desabrigadas em cima da BR-290, que passaram a noite toda sob chuva. A ajuda do Exército é aguardada, mas ainda não chegou.

— Tudo o que puder nos assistir aqui, por favor, quem está nos ouvindo, que se mobilize e se sensibilize com a nossa situação — apelou.

O município necessita de resgates de helicóptero, barracas, colchões, banheiros químicos, água, comida e gasolina para os barcos.

— A gente realmente precisa de socorro, porque essas pessoas vão acabar morrendo, todo mundo, vai ser uma desgraça — expôs.

Necessidade de abrigo e de alimento

Grande parte da população já foi resgatada. Cerca de 5 mil pessoas na cidade estão desassistidas de alimentos, sendo 300 no segundo piso de uma escola. O prefeito deseja levar no mínimo 500 pessoas para algum abrigo e acomodar o restante no segundo piso de prédios. Também é necessário avaliar a gravidade dos casos de afetados para socorrê-los e levá-los a outros municípios, como Porto Alegre.

Gonçalves descreveu um cenário de guerra no município: a maior parte dos carros está submersa; mercados e farmácias estão sendo saqueados em meio à fome; e a maior parte dos estoques dos estabelecimentos foi perdida.

Será necessário reconstruir a cidade. A casa do prefeito e todos os seus pertences também foram afetados pela enchente.

— Eu posso recomeçar da estaca zero. Agora, você imaginou as pessoas que não têm, que trabalham, têm um salário mínimo, que a maioria vai perder o emprego, porque pequenas empresas aqui vão ter que fechar tudo e começar da estaca zero — destacou. — Se nós não tivermos ajuda do governo federal e estadual, não sei por onde começar, porque o município realmente acabou.

 

 

 

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