Pouco antes das 2h, um casal de Quaraí, na fronteira oeste, estava chegando na Capital, junto com o filho de cinco anos, em uma caminhonete. Na altura da Arena, a passageira Cristiane Belo, 34 anos, conta que ouviram um estrondo e de imediato o para-brisa quebrou. Eles não pararam o veículo e foram até um posto de combustíveis, já na cidade.
— A gente não viu ninguém e, de repente, um barulho horrível, o vidro quebrando e um bloco de cimento dentro da nossa caminhonete. Ninguém se feriu e seguimos até um posto (de combustível). No local fomos informados sobre o óbito de uma moça (Munike) há alguns dias e, então, informamos a polícia — diz Cristiane.
A PRF não descarta outros casos, contudo, não houve registros, apenas chamados de outras pessoas que teriam visto os ataques.
Apreensão
O chefe de Operações da PRF no Estado, Marcelo Timóteo, diz que o fato de Caroline ter ligado rapidamente para o telefone 191, foi possível agir rapidamente. Houve buscas e dois adolescentes, de 16 e 17 anos foram apreendidos.
Veículo de família de Quaraí foi apedrejadoPRF / Divulgação
Eles, que não tinham atos infracionais anteriores, disseram que estavam jogando as pedras apenas por diversão. Os dois foram encaminhados para a Delegacia de Polícia para o Adolescente Infrator da Capital devido ao ato de vandalismo. Timóteo destaca que houve pelo menos outros dois chamados, mas apenas este caso de ataque confirmado.
Sobre acionar a PRF, Timóteo ressalta que é importante, na medida do possível, nos casos de danos materiais. Ele ainda orienta às pessoas, se não houver problemas para conduzir o veículo, não fiquem no trecho. No caso desta segunda-feira, foi vandalismo, mas pode ser também ação de assaltantes.
Neste ano, a PRF recebeu dois chamados por semana sobre situações semelhantes. A BR-290, entre Gravataí e Eldorado do Sul, concentra 50% dos casos. Após a morte de Munike, as autoridades de segurança passaram a realizar operações integradas no trecho para coibir ataques a veículos com pedras.